Em outubro de 1938, numa reação ao Pacto de Munique que
Neville Chamberlain fizera com Adolf Hitler, Winston Churchill fez a seguinte
advertência no Parlamento inglês:
"Vocês precisam considerar o caráter do movimento nazista e o domínio que ele implica. Nunca poderá haver amizade entre a democracia britânica e o poder nazista, poder esse que despreza a ética cristã, que saúda com aplausos seu avanço conquistado por meio de um paganismo cruel, que se gaba do espírito de agressão e conquista, que da perseguição extrai força e prazer pervertido, bem como usa o ameaçador impulso assassino com impiedosa brutalidade. Tal poder nunca poderá ser um amigo confiável da democracia britânica."
Um ano depois, com a deflagração
da Segunda Guerra Mundial, naturalmente ficou comprovada a advertência de
Churchill de que o Pacto de Munique era “o começo da consideração do problema”
com um inimigo implacável.
Em 2005, naquelas semanas que
sucederam os ataques terroristas ocorridos em Londres, ouvimos, por várias
vezes, a analogia entre aqueles atentados à bomba e o bombardeio nazista contra
a Inglaterra durante a Segunda Guerra. A maioria dessas analogias mencionava a
famosa resistência inglesa diante do terror e da carnificina. Algumas dessas
comparações tinham relação com a decisão anunciada pela rainha Elizabeth e pelo
primeiro-ministro Tony Blair de nunca se render às forças que estavam por trás
daquelas bombas. De fato, na maioria dos casos, as analogias feitas entre as
duas circunstâncias diziam respeito à reação dos ingleses aos ataques e não à
natureza similar dos culpados daqueles atos.
Entretanto, a verdade é que
assim como a resistência paciente dos ingleses relembra a mesma de 65 anos
atrás, também há uma semelhança profunda e pedagógica entre os nazistas que
atacaram outrora e os combatentes islâmico-fascistas que atacam hoje em dia.
Mais importante ainda do que invocar a célebre “resistência paciente” dos
ingleses, o cerne da questão é que, para lutar e vencer esta guerra atual, é
necessário que se entenda e aceite as similaridades existentes entre os nazistas
e os exércitos terroristas árabe-islâmicos.
A conexão
islâmico-nazista de Munique
Em julho de 2005, o The Wall
Street Journal publicou uma reportagem investigativa sobre o estabelecimento e
o crescimento do Centro Islâmico em Munique. Conforme Stefan Meining, um
historiador alemão, relatou ao jornal, “se você quer entender a estrutura do
Islã político, precisa considerar aquilo que aconteceu em Munique”.
De acordo com a reportagem, a
mesquita de Munique foi fundada por muçulmanos nazistas que se estabeleceram na
Alemanha Ocidental depois da guerra. Esses homens, que estavam entre os mais de
1 milhão de cidadãos das repúblicas soviéticas, unidos aos nazistas enquanto
sob a ocupação alemã, foram transferidos para o Ocidente nos momentos finais da
guerra, por ordem de seu comandante nazista, para protegê-los do avanço do
Exército Vermelho.
A reportagem do jornal esclarece
que o primeiro líder da mesquita era oriundo do Uzbequistão e se chamava
Nurredin Nakibhidscha Namangani. Ele serviu na SS nazista como imame (i.e.,
líder espiritual muçulmano) e participou do extermínio do Gueto de Varsóvia,
bem como da repressão à revolta judaica em 1943.
Segundo aquele artigo, Said
Ramadan, o líder da Irmandade Muçulmana Egípcia, que estava exilado, participou
da Conferência de 1958, organizada por Namangani e seus correligionários
muçulmanos nazistas com o objetivo de angariar recursos financeiros para a
construção da mesquita. Depois o artigo resume o momento subseqüente em que a
Irmandade Muçulmana assume o controle daquela mesquita na década de 60 e de sua
transformação, com o patrocínio financeiro saudita e sírio, numa conexão para a
propagação da ideologia islâmico-fascista em sua convocação para a jihad
(guerra santa) e para o domínio do mundo.
Os nazistas apoiaram os
terroristas árabes
A reportagem ignorou o fato de
que não havia nenhuma razão específica, exceto talvez uma hostilidade enciumada
por causa da intrusão, para que os nazistas tivessem qualquer problema com a
Irmandade Muçulmana. Tal como o cientista político alemão Matthias Kuntzel
registrou em seu livro intitulado Islamic anti-Semitism and its Nazi Roots (“O
anti-semitismo islâmico e suas raízes nazistas”), a Irmandade Muçulmana que
gerou a Fatah da Organização de Libertação da Palestina (OLP), bem como a Al
Qaeda, o Hamas e a Jihad Islâmica egípcia, deve muito de seu sucesso ideológico
e de suas raízes pseudofilosóficas ao nazismo.
Nos idos de 1930, o mufti [líder
e intérprete oficial da lei islâmica – N.T.] de Jerusalém, Amin el-Husseini,
cortejou exatamente os nazistas. Em 1936, quando iniciou sua guerra de terror
contra os yishuv (“assentamentos”) judaicos na Palestina governada por mandato
britânico, Amin el-Husseini, por várias vezes, solicitou apoio financeiro aos
nazistas, patrocínio esse que começou a chegar em 1937.
De 1936 a 1939, as tropas
terroristas de Husseini assassinaram 415 judeus. Anos mais tarde, Husseini
comentou que se não fosse o dinheiro nazista, sua investida violenta contra os
assentamentos judeus teria sido derrotada em 1937. O movimento que ele liderava
estava impregnado de nazismo. Seus homens cumprimentavam-se com saudações
nazistas e os membros de seu movimento jovem ostentavam os uniformes da
juventude nazista.
Husseini tinha relações de
parentesco com o novo movimento da Irmandade Muçulmana, fundado pelo sogro de
Ramadan, Hassan al-Banna, na década de 20. O impacto que sua guerra terrorista
causou no movimento foi profundo. De uma lista com 800 membros em 1936, as
fileiras da Irmandade cresceram em número para 200 mil membros oficiais nos
idos de 1938, apoiados, talvez, por um número igual de simpatizantes ativos.
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